Os Planetas
no Cinema
por Jorge Lancinha * artigo publicado no Jornal da ASPAS (edição nº5 - Especial Cinema - Verão 2013) |
Julho 2013
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No caso de Júpiter poderemos olhar para as figuras de Gandalf e Saruman em “O Senhor dos Anéis”: ambos são seres de uma ordem sobre-humana e têm como papel guiar e proteger. São feiticeiros, o seu poder é mágico e dirigem a acção dos acontecimentos em função de uma visão que projecta no futuro ideais e valores. Galdalf é a sabedoria e a esperança que anima os heróis da história, enquanto Saruman é o mago negro que utiliza os seus poderes para corromper, manipular, subjugar e destruir em nome do poder e da supremacia.
Merlin em “Excalibur” é também uma figura claramente jupiteriana, assim como Ben Kenobi, o general jedi de “A Guerra das Estrelas” (1977).
Para ilustrar Saturno a personagem de Morpheus em “Matrix” parece-me muito adequada: o seu estilo executivo e sério, de uma verticalidade inabalável que ao mesmo tempo que nos revela a crua realidade dos factos transmite uma segurança e confiança estruturantes. Ele é o grande mestre de Neo, o herói solar, mas não um mestre mágico e expansivo como Gandalf. O grande desígnio de Morpheus é levar Neo a assumir a responsabilidade do seu papel.
A sombra de Saturno é grande e pesada e vemo-la retratada na “Guerra das Estrelas” na negra figura de Darth Vader, principalmente no episódio IV da saga, o primeiro a ser lançado. Aqui temos uma figura imensamente poderosa, apostada em instituir uma ordem autoritária, fria, implacável e desumanizada. O exército de clones não individualizados, e como ele próprio sem rosto, submetidos a uma hierarquia rígida onde o erro é punido severamente, não são mais do que uma extensão do seu distorcido desígnio de ordem através do controlo absoluto.
E chegamos aos planetas transpessoais. Úrano é muito visível na personagem de V em “V de Vingança” (2005). A máscara que usa, transforma a despersonalização mecânica que vemos no exército de clones da “Guerra das Estrelas”, numa arma de afirmação individual dentro das massas, unindo-as como um todo em liberdade. A sua genialidade excêntrica, que roça a loucura, o recurso aos explosivos e às tecnologias de informação são muito simbólicas da acção de Úrano.
Nestes arquétipos transpessoais é ainda difícil destilar a sua luz da sua sombra. Quando actuam na nossa vida trazem desafios que muitas vezes ultrapassam a nossa compreensão. É o caso da Oráculo em Matrix. Esta personagem, que identifico muito com Neptuno, está para lá dos nossos conceitos de bem ou mal, luz ou sombra. Ela faz parte da inteligência artificial inimiga da humanidade mas ajuda Neo no seu percurso pois vê mais à frente: enquanto as duas facções batalham entre si ela procura a sua união. Vemos na Oráculo uma visão mística e uma concepção do tempo e do espaço que nos leva para territórios desconhecidos.
A sombra de Saturno é grande e pesada e vemo-la retratada na “Guerra das Estrelas” na negra figura de Darth Vader, principalmente no episódio IV da saga, o primeiro a ser lançado. Aqui temos uma figura imensamente poderosa, apostada em instituir uma ordem autoritária, fria, implacável e desumanizada. O exército de clones não individualizados, e como ele próprio sem rosto, submetidos a uma hierarquia rígida onde o erro é punido severamente, não são mais do que uma extensão do seu distorcido desígnio de ordem através do controlo absoluto.
E chegamos aos planetas transpessoais. Úrano é muito visível na personagem de V em “V de Vingança” (2005). A máscara que usa, transforma a despersonalização mecânica que vemos no exército de clones da “Guerra das Estrelas”, numa arma de afirmação individual dentro das massas, unindo-as como um todo em liberdade. A sua genialidade excêntrica, que roça a loucura, o recurso aos explosivos e às tecnologias de informação são muito simbólicas da acção de Úrano.
Nestes arquétipos transpessoais é ainda difícil destilar a sua luz da sua sombra. Quando actuam na nossa vida trazem desafios que muitas vezes ultrapassam a nossa compreensão. É o caso da Oráculo em Matrix. Esta personagem, que identifico muito com Neptuno, está para lá dos nossos conceitos de bem ou mal, luz ou sombra. Ela faz parte da inteligência artificial inimiga da humanidade mas ajuda Neo no seu percurso pois vê mais à frente: enquanto as duas facções batalham entre si ela procura a sua união. Vemos na Oráculo uma visão mística e uma concepção do tempo e do espaço que nos leva para territórios desconhecidos.
Chegando a Plutão estamos já profundamente no reino do imaterial. Sauron em “O Senhor dos Anéis” é sem dúvida uma figura plutónica. Como Plutão ele é invisível, uma força incorpórea que, excepto numa breve passagem no início do filme, é sempre representada de forma simbólica. A sua acção ganha forma através daqueles que são atraídos pelo seu poder. Poder esse tão superior a todos os outros que a personagem que o poderá destruir é a mais pura e inofensiva: Frodo. Todas as outras ou caem sob o seu domínio como Sauruman ou sabiamente recusam a tentação do poder do anel como Gandalf e Galadriel. Mas uma coisa é certa, ao enfrentarem Sauron todas passam por uma iniciação: Galdalf o cinzento renasce como o Branco após derrotar o Balrog (demónio da mesma linhagem de Sauron), Galadriel após recusar o anel de Frodo ganha permissão para regressar do seu seu exílio, e Frodo… como todos os outros, nunca será mais o mesmo.
Ver ou rever estas histórias à luz da Astrologia é um extraordinário exercício de compreensão da psique humana.
Bons filmes!
Ver ou rever estas histórias à luz da Astrologia é um extraordinário exercício de compreensão da psique humana.
Bons filmes!
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