Os Planetas
no Cinema
por Jorge Lancinha * artigo publicado no Jornal da ASPAS (edição nº5 - Especial Cinema - Verão 2013) |
Julho 2013
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Em Mercúrio encontramos o arquétipo do mensageiro, aquele que estabelece as trocas de informação e faz as pontes entre o tempo narrativo e os vários espaços da acção. Na trilogia do “Senhor dos Anéis” temos uma excelente representação mercuriana nas personagens dos hobbits: Frodo, Sam, Merry e Pippin. São vários personagens, individualizados, mas funcionam num todo, intimamente ligados como irmãos, ligando também todos os outros personagens e o desenrolar da acção. A história é inclusivamente narrada por um hobbit: Bilbo. No fundo eles são o veículo pelo qual se transmite todo o conteúdo do filme. Estão sempre presentes mas não têm uma agenda própria, leves, curiosos, faladores, como crianças: tudo isto é Mercúrio! Vemos algo semelhante com os androides R2-D2 e C-3PO em toda a saga “A Guerra das Estrelas”.
Na expressão
distorcida de Mercúrio vamos encontrar o ladrão, o mentiroso, o ilusionista
trapaceiro. O capitão Jack Sparrow em
“Piratas das Caraíbas” (2003) ilustra bem esta faceta da sombra de Mercúrio,
começando desde logo por se tratar de um pirata. Não sendo propriamente um
vilão, mas sim até o herói da história, revela também desta forma o carácter de
Mercúrio, na inversão e subversão do significado e da percepção da realidade.
Arwen, a princesa elfa em “O Senhor dos Anéis” é uma personagem que incorpora características muito venusianas: a sua beleza ímpar, a delicadeza e refinamento, o apelo do amor romântico e da relação. O seu papel na narrativa do filme é inspirar em Aragorn o que este tem de mais nobre, trazendo significado à sua existência através da busca de uma visão futura de paz e amor. Vemos também o mesmo tema na Guinevere de “Excalibur”, mas aí podemos desvendar um pouco da sombra de Vénus na relação desta com Lancelot, em que a tentação da paixão a leva a trair Arthur e desta forma cindir a ordem, paz e prosperidade construídas. Helena em “Troia” (2004), é também instrumento deste lado sombrio de Vénus, que leva Paris a raptá-la e a desencadear a guerra de Tróia.
Arwen, a princesa elfa em “O Senhor dos Anéis” é uma personagem que incorpora características muito venusianas: a sua beleza ímpar, a delicadeza e refinamento, o apelo do amor romântico e da relação. O seu papel na narrativa do filme é inspirar em Aragorn o que este tem de mais nobre, trazendo significado à sua existência através da busca de uma visão futura de paz e amor. Vemos também o mesmo tema na Guinevere de “Excalibur”, mas aí podemos desvendar um pouco da sombra de Vénus na relação desta com Lancelot, em que a tentação da paixão a leva a trair Arthur e desta forma cindir a ordem, paz e prosperidade construídas. Helena em “Troia” (2004), é também instrumento deste lado sombrio de Vénus, que leva Paris a raptá-la e a desencadear a guerra de Tróia.
Voltemos
a “Excalibur” e à personagem de Lancelot
para ilustrar Marte no seu máximo esplendor. O encontro entre Arthur e Lancelot é todo ele muito simbólico do arquétipo de Marte: vemos
retratado um guerreiro de carácter nobre que assertivamente barra o caminho à
passagem de Arthur desafiando-o. O
desfecho deste confronto estabelece um laço de grande proximidade entre ambos: Lancelot coloca-se ao serviço do rei e Arthur nomeia-o seu campeão (sendo
Arthur símbolo solar esta relação é um fantástico espelho da dinâmica Sol /
Marte). Vemos também neste Lancelot
surgir a sombra marciana: a paixão por Guinevere,
que inadvertidamente acende ao confessar-lhe o seu amor, gera todo um conflito que
simultaneamente procura evitar, ausenta-se sistematicamente e preferindo um
caminho à margem dos seus pares (paixão descontrolada, passividade agressiva, individualismo
e egoísmo).
Em “Troia” na figura de Aquiles encontramos também uma figura extremamente marciana, marcada pelo melhor e pelo pior dos traços marcianos: afirmação, assertividade, eficiência, foco, direcção mas também raiva, violência, descontrolo, vingança.
Em “Troia” na figura de Aquiles encontramos também uma figura extremamente marciana, marcada pelo melhor e pelo pior dos traços marcianos: afirmação, assertividade, eficiência, foco, direcção mas também raiva, violência, descontrolo, vingança.
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